“Eu vejo que essa Promotoria de Justiça vem a cada dia crescendo. Embora seja a PJ mais nova e recente do MP, ela vem se fortalecendo pelo seu engajamento, pois busca se envolver e ir atrás dessas pessoas, conclusão disto, é que acabou ganhando credibilidade e respeito com as demais Promotorias do Brasil que fazem o mesmo trabalho, e eu tenho certeza que esse avanço foi também com o empenho, a dedicação e o carinho da nossa amiga Lucinery Resende.”

Foi assim que o procurador-geral de Justiça, em exercício, Jorge de Mendonça Rocha, destacou a atuação da Promotoria de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que, por meio do Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e em conjunto com o Centro de Apoio Operacional (CAO Criminal), realizou hoje (1) a 2ª Edição do Projeto "Mulheres Empoderadas".

Jorge de Mendonça concluiu dizendo: “agradeço a ela, a sua equipe, aos colegas promotores, e fico na torcida para que o trabalho se aprofunde mais, e que tenha cada vez mais sucesso”, prestando sua homenagem a promotora de Justiça Lucinery Helena Resende Ferreira, que esteve à frente do Projeto desde sua 1ª edição, no ano passado.

O subprocurador-geral de Justiça para a área técnico-administrativa, Migue Ribeiro Baía, fez uma saudação a todas as mulheres e destacou o espírito de liderança que possuem. "Saúdo todas as mulheres que são guerreiras, no próprio comando da casa, da residência, são mulheres que criam seus filhos que cuidam dos seus netos, que cuidam de todas as pessoas, que essas pessoas dependem muitas vezes de mulheres".

Ao falar sobre a Lei Maria da Penha, Migue Baía disse que como professor já orientou uma aluna sobre esse assunto, em relação ao tratamento ao agressor, a lei fala não só de cadeia ao agressor, mas de um tratamento para que essa pessoa possa voltar ao convívio da sociedade.

O corregedor-geral do Ministério Público, Adélio Mendes, disse que “a mulher é uma heroína por ser mulher, desde seu complexo organismo capaz de gerar vida, até o seu dia a dia onde consegue o dom de conciliar as posições de mulher empoderada, de mãe, de esposa, de companheira, de amante, de profissional, de líder, enfim, é admirável e digno de respeito, a capacidade das mesmas em desempenhar todos esses papéis e de ainda se obrigada a lutar pela defesa de seus direitos, quando nem sempre são reconhecidos”.

Adélio Mendes fez, ainda, uma citação de um poema de Vitor Hugo, em que diz: “O homem pensa, a mulher sonha. Pensar é ter cérebro, sonhar é ter na fronte uma auréola. O homem é um oceano, a mulher é um lago. O oceano tem a pérola que embeleza, o lago tem a poesia que deslumbra. O homem é a águia que voa, a mulher, o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço, cantar é conquistar a alma. O homem tem um farol: a consciência. A mulher tem uma estrela: a esperança. O farol guia, a esperança salva. Enfim, o homem está colocado onde termina a terra. A mulher, onde começa o céu!”.

“Mulheres Empoderadas”

Lucinery Resende explicou como o projeto surgiu.

“Esse projeto foi inspirado naquele acontecimento que todos nós sabemos que foi a luta daquelas trabalhadoras que morreram por um incêndio quando reivindicaram melhores condições de trabalho, isso em 1857 salvo engano. Essas mulheres foram queimadas dentro de uma fábrica quando elas apenas reivindicavam melhores condições de trabalho. Então tivemos essa ideia no núcleo de fazer algo que relembrasse o porquê desse 8 de março, que é o dia internacional da mulher como um marco dessa luta”, disse a representante do MP.

Durante o evento, cinco mulheres foram homenageadas, dentre as quais estão a procuradora de Justiça do MP, Cândida de Jesus Ribeiro do Nascimento; a coordenadora da Região Norte da Confederação de Mulheres do Brasil e presidente do Conselho da Mulher de Ananindeua, Cléa Dias gomes; a advogada e executiva de projetos do Núcleo Especializado de Atendimento ao Homem, Maria Vilma de Sousa Araújo; a juíza Rubilene da Silva Rosário; e a coordenadora de Integração de Políticas para Mulheres do Governo do Estado do Pará, Maria Tavares da Trindade.

“As cinco mulheres hoje homenageadas, são mulheres que nos fazem chorar de emoção, porque são mulheres que nasceram em seio familiar diferentes, enfrentaram realidades diferentes e hoje sentam na mesma mesa, umas com mais facilidade, menos suor, mas algumas com muita dor”, explicou Lucinery Resende.

E continuou dizendo: “isso demonstra que quando a mulher quer ser forte, quer se empoderar, ela supera suas dificuldades sociais, pessoas e mostra o seu papel, ergue a cabeça com todos os problemas e circunstâncias da sua vida pessoal e profissional, familiar e diz ‘Eu sou uma mulher e eu vou conseguir viver bem’”, frisou Lucinery.

O Projeto visa conferir destaque às mulheres que, de alguma forma, demonstraram distinta relevância em suas respectivas áreas de atuação, homenageando-as pela coragem, determinação e dignidade com que construíram suas vidas, tornando-se cada uma delas referência de poder feminino.

A procuradora Cândida Nascimento, que foi uma das homenageadas, falou sobre a importância da conscientização das mulheres sobre seu papel na sociedade.

“É uma maneira da Promotoria da Violência Doméstica, através do Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, conscientizar mulheres de todas as classes, de todas as categorias a tomar o seu lugar na sociedade, a realmente se empoderar, conhecer o seu potencial. Toda uma gama de possibilidades que existem para elas realmente assumirem um lugar de destaque, de enfrentamento aos desafios, aos preconceitos”, disse Cândida Nascimento.

A juíza Rubilene Rosário, que também foi homenageada, disse que foi "uma honra participar desse evento, conhecendo o empenho, a dedicação do Ministério Público no combate à violência familiar contra a mulher”.

As homenageadas receberam um certificado de "Mulher Empoderada" e um buquê de flores.

Após o cumprimento do roteiro da cerimônia, a promotora de Justiça Lucinery Ferreira, organizadora do evento, foi homenageada pelos membros e servidores do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e da Promotoria de Justiça de Violência Doméstica e Familiar contra a Muher com um buquê de flores.

Ao final ocorreu um show musical com a cantora Marta Mariana.

 


Texto: Letícia Miranda (graduanda em jornalismo)
Degravações: Karina Lopes e Ana Paula Lins
Revisão: Edyr Falcão
Fotos: Edyr Falcão