Nesta quarta-feira (27/4) aconteceu a live "As entrelinhas do autismo", promovida pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) no canal da instituição no YouTube. O evento fez parte da campanha de mesmo nome, lançada oficialmente em 2 de abril, e marca o Mês de Conscientização sobre o Autismo. 

Na abertura da transmissão, a Promotora de Justiça Lia Nara Dalmutt, Coordenadora-Adjunta do Centro de Apoio dos Direitos Humanos e Terceiro Setor, apresentou a importância da campanha e a atuação do MPSC para garantir os direitos das pessoas com autismo. O objetivo primordial, segundo ela, é dar visibilidade para a causa, de forma a auxiliar na inclusão em todas as suas formas. "A gente entende que muitas das questões, sejam de preconceito ou discriminação, são oriundas da falta de conhecimento, então a ideia da campanha é trazer essa informação, trazer essa visibilidade", disse.  

Em seguida, o cantor Moriel Costa, da banda Dazaranha, compartilhou um pouco sobre o processo de composição da música "O cubo", tema da campanha. Para o músico, a canção "se tornou um hino das pessoas com deficiência" por abordar a questão da originalidade e relatar como é ser diferente do padrão. 

Além deles, participaram a advogada Fernanda Martins Piacentini Brasil, Secretária-Geral da Comissão de Direito das Pessoas com Deficiência da OAB/SC, e o defensor dos direitos humanos Alexandre Mapurunga, autista e Diretor Técnico da Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas Autistas (Abraça). Alexandre trouxe um importante panorama histórico e social. Ele explicou que, assim como outras formas de opressão, o capacitismo confere valor e dignidade ao indivíduo conforme sua adequação a um humano normativo. "E esse ser humano foi normalizado séculos atrás, como o ser humano branco, macho, simétrico e sem deficiência", definiu. 

Já Fernanda compartilhou sua experiência na Comissão de Direito das Pessoas com Deficiência da OAB/SC e como mãe de um menino autista, Henrique, de 7 anos. Ela contou que, até o diagnóstico do filho, não conhecia o que era autismo. "Eu fui o reflexo de uma sociedade que não trouxe a inclusão". Os convidados chamaram atenção também para as dificuldades que os autistas vêm enfrentando durante a pandemia de covid-19. Conforme explicou Fernanda, as pessoas com transtorno do espectro autista podem ter maior dificuldade de acompanhar as aulas no modelo remoto e de usar máscaras. Por isso, é muito importante que as escolas estejam preparadas para atender estudantes autistas neste momento.

O debate contou, ainda, com grande interação do público pelo chat da plataforma e foi encerrado com uma apresentação da música-tema da campanha, feita por Moriel. 

transmissão completa está disponível no canal do Ministério Público de Santa Catarina no YouTube e dá início a um projeto mensal de lives do MPSC, que pretende abordar temas importantes em encontros ao vivo, com participação do público. 

Campanha "As entrelinhas do autismo"

A campanha tem como objetivo naturalizar e incluir a população com autismo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o planeta há cerca de 70 milhões de pessoas com autismo, sendo 2 milhões somente no Brasil. Com o slogan "mude de perspectiva", o MPSC busca conscientizar a população e esclarecer os direitos que protegem as pessoas com autismo. A desinformação sobre o transtorno é grande na sociedade e muitos não recebem o diagnóstico, o tratamento e o respeito a que têm direito.   

CAMPANHA

Assista aos vídeos da campanha.

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