Foto: EBCEm Entrevista ao programa Poder e Política, da Folha e do Uol, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi questionado pelo repórter Fernando Rodrigues sobre o possível envolvimento de procuradores que constariam em uma planilha de pagamentos apreendida na operação Ararath.

Rodrigo Janot explicou que a planilha não se refere a pagamentos irregulares que teriam sido feitos a promotores e procuradores. Mas que se trata, na verdade, de uma relação de mais de 40 mil cartas de crédito legais recebidas por diversas pessoas que possuíam valores lícitos a serem ressarcidos pelo governo do Estado do Mato Grosso. Além disso, as cartas não foram emitidas em benefício apenas de procuradores, mas de diversas pessoas, inclusive servidores de todos os poderes do Estado do Mato Grosso.

Ao ser indagado sobre o motivo que teria levado o governo do Estado do Mato Grosso a emitir as cartas de crédito, Janot explicou que foi uma solução inovadora para contornar a ausência de verba orçamentária. "Então, (o Estado) emite essa carta de crédito, a pessoa recebe o seu crédito através desta carta, dá quitação ao Estado e esse documento público, esse título público, tem valor no mercado. Ele vai ao mercado e vende esse título público", explicou.

Durante a entrevista, o procurador-geral da República também afirmou que a confusão em torno da divulgação da planilha foi um dos motivos que o levou a decretar sigilo absoluto a respeito da investigação. Para ele, a divulgação "parcelada" pode gerar um entendimento também parcial sobre a prática de crimes e seus autores. "Eu não acho que no meio de um processo invasivo, quem quer que seja pode fazer juízos preliminares, parciais, e divulgar esses juízos a terceiros. A probabilidade de dano é enorme", explica.

Confira aqui a íntegra da entrevista.






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