Santa Catarina: FIESC adere campanha ‘Conte até 10’
A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) passou a integrar o grupo de entidades parceiras do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) na ”Campanha Conte até 10”. O protocolo de intenções foi firmado nesta sexta-feira (29/11), na sede da Fiesc, pelo Procurador-Geral de Justiça, Lio Marcos Marin, e pelo presidente da Fiesc, Glauco José Côrte.
Durante o evento, o Procurador-Geral de Justiça, Lio Marcos Marin, falou sobre a campanha: ”a ideia principal é estimular a cultura da paz. Atletas renomados de MMA foram as estrelas das peças de comunicação, o que trouxe um resultado efetivo para que o conceito fosse entendido pela população”. Lio falou ainda sobre a taxa de mortalidade do Estado, menor que a média nacional, porém acima da média internacional.
O Presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, também discursou: ”a campanha é muito importante para todos, pois a violência gera alto custo para o país e inibe negócios no Brasil.”
Criada peloConselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a ”Campanha Conte até 10” faz parte da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (ENASP) para a valorização da vida e sensibilização para gravidade do crime de homicídio, em especial o cometido por impulso ou motivos fúteis. Caberá à Fiesc apoiar e divulgar a campanha junto às suas unidades administrativas, propondo a realização de atividades pedagógicas que levem à reflexão sobre violência.
A campanha é destinada especialmente ao desenvolvimento de trabalhos de conscientização junto aos estudantes, educadores, famílias e sociedade. Apesar do público-alvo diversificado, a iniciativa pretende abranger especialmente os jovens. Isso porque, segundo as estatísticas, eles são as principais vítimas e, ao mesmo tempo, o grupo que concentra grande parte dos autores desses tipos de homicídio. Nesta segunda fase, o alvo são os jovens das escolas de todo o país. Além de informar por meio dos roteiros de aula que serão ministradas pelos professores, a campanha ”Conte Até 10” nas escolas irá envolver promotores de Justiça dos Ministérios Públicos estaduais que atuam nas áreas de educação, infância e juventude. Os Ministérios Públicos estaduais vêm programando lançamentos locais da campanha para aproximar a sociedade do tema.
Vinte mil roteiros de aula serão distribuídos às escolas públicas e privadas de ensino médio, com prioridade para os cem municípios brasileiros com os maiores índices de mortalidade de jovens decorrente de homicídios, os quais foram identificados na pesquisa ”Mapa da Violência 2013 ¿ Homicídios e Juventude no Brasil”, realizada pelas organizações não-governamentais FLACSO Brasil (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais) e CEBELA (Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos). O estudo, feito em todas as 27 unidades da federação, revela que o homicídio é responsável por 39,3% das mortes de jovens de 15 a 24 anos; enquanto fora dessa faixa etária, esse percentual é de 3%. Oitenta e oito por cento desses estudantes estão nas escolas públicas brasileiras. A ideia é levar informação aos adolescentes que cursam o ensino médio, conscientizando-os a respeito do problema.
Em Santa Catarina, apesar da taxa de homicídios por 100 mil habitantes ser menor que a média brasileira – 12,9 no Estado contra 26,1 no Brasil – ela ainda é o dobro da média mundial, que é de 6,9 homicídios por 100 mil habitantes. Em 2012, dos 691 homicídios em Santa Catarina, cerca de 200 foram por motivos fúteis.
Neste ano, a campanha inovou ainda com o desenvolvimento de estratégias digitais para que a mensagem chegue efetivamente aos jovens. Na página do Facebook, por exemplo, é possível criar mensagens personalizadas com dicas para evitar a raiva em momentos de conflitos e compartilhá-las com os amigos. Também é possível testar suas qualidades em um jogo e assistir a depoimentos de quem conseguiu contar até 10 e evitar a violência. Além do Twitter, Facebook e YouTube, também foi criado um APP mobile.
O site do Conte até 10 nas escolas concentra todos os materiais da campanha, incluindo vídeos, cartazes e a cartilha com planos de aula para os professores utilizarem em sala de aula. As peças nacionais são estreladas por atletas renomados – os lutadores de MMA Anderson Silva e Junior Cigano e os judocas campeões olímpicos Leandro Guilheiro e Sarah Menezes -, que participam da iniciativa sem cobrar cachê. Também é possível enviar vídeos com depoimentos sobre os temas desenvolvidos. Além de ações digitais, com peças especialmente produzidas para essas plataformas, a campanha será fomentada nos estados pelas unidades do Ministério Público.