BAIÃO: MPPA discute medidas com representantes do Estado e comunidade para melhoria da segurança
Audiência foi motivada pelos constantes assaltos a um banco local. Comunidade de Baião elogiou a atuação do
Ministério Público, apresentou demandas e pediu atenção do Estado para a Segurança Pública
A promotora de Justiça titular de Baião Lorena de Moura Barbosa deu início nesta quarta-feira (25) a primeira audiência de segurança pública do município de Baião, nordeste do Pará, com a presença do prefeito Nilton Lopes de Farias e representantes da Delegacia-geral da Polícia Civil, Secretaria de Segurança Pública, Comando da Polícia Militar, juiz da Comarca, vereadores e comunidade.
Ação Civil Pública – Com os diversos assaltos a um banco local e depois de acordos com a Secretaria de Segurança Pública – representada por Francisca Barros – o Ministério Público do Estado ajuizou, em setembro de 2014, Ação Civil Pública (ACP) com pedido de liminar para que o Grupo Tático Operacional – grupo de policiais militares com treinamento específico para situações de crise – assuma a segurança pública na região em torno do referido banco, bem como aumento efetivo de policiais militares no município. O pedido foi determinado pelo juiz Weber Gonçalves.
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“O município vive uma situação caótica. Os assaltos a essa agência bancária gera transtornos para a população Baionense que, além de sofrer com a atuação criminosa efetiva – uma vez que há reféns envolvidos – também sofre com o fechamento desse estabelecimento que termina totalmente danificado”, é como avalia a promotora de Justiça Lorena Barbosa.
Medidas
Em audiência o Comando Geral da Polícia Militar comunicou que serão fornecidos policiais militares do Grupamento Tático para a segurança do entorno da agência por tempo ininterrupto.
“Foi um pronunciamento público que gerou uma forte sensação de satisfação dos presentes”, esclarece a promotora.
Foi sugerido o cadastramento em hotéis e pousadas da cidade como forma de identificar as pessoas estranhas que por ventura venham a se hospedar na comarca. A ideia foi expandida também para que os vendedores ambulantes realizem um cadastro, por parte do poder público.
“É interessante que seja feito isso, uma vez que existem denúncias de que alguns assaltantes – ou mesmo integrantes de quadrilhas – se fazem passar por esses vendedores para passar informações aos agentes criminosos”, explica Barbosa.
E complementou ainda, “em busca de soluções, e no escopo de ajudar nas investigações de delitos da mesma natureza, o Ministério Público se comprometeu ao fazer transações penais no juizado criminal, a direcionar valores para que a Secretaria de Segurança Pública compre câmeras para serem instaladas no entorno do banco, dos correios e das casas lotéricas”.
Caixas para agência bancária
A Promotoria de Justiça de Baião informou que realizou vários contatos com o gerente regional do banco, inclusive reuniões com a equipe de segurança interna, e conseguiu que viesse para a agência de Baião caixas eletrônicos que, em caso de arrombamento, entintam as cédulas; e um cofre inteligente que vai necessitar de autorização para a abertura. Essa autorização será concedida pela central de Brasília ao receber a ligação com o pedido, bem como poderá acompanhar se está ou não acontecendo atividades suspeitas na agência.
O cofre inteligente está previsto para chegar em abril, quando voltarão os trabalhos dos servidores da agência bancária.
“Ainda assim, o Ministério Público entrará em contato com a gerência regional, na intenção de antecipar esta data, dada a situação dos moradores do município que precisam se deslocar à comarca mais próxima – que é Mocajuba – para sacar valores em dinheiro”, esclarece a promotora.
Recomendação
O intenso debate nesta quarta-feira vai dar origem a uma recomendação a ser expedida pela Promotoria de Justiça de Baião aos proprietários de hotéis e pousadas locais para quer façam o cadastramento das pessoas que se hospedam, para facilitar a identificação de turistas e cidadãos que estejam de passagem pela cidade. Além disso os ambulantes também deverão ser identificados pelo Poder Público, pois há alguns casos de repasse de informações por estes que facilitam o cometimento de crimes.
Texto: Fernanda Palheta (graduanda em jornalismo) com informações da PJ de Baião
Foto: PJ de Baião
Revisão: Edyr Falcão
Assessoria de Imprensa