Após dois dias de sessão em Belém, o tribunal do júri popular condenou três réus envolvidos no homicídio de dois adolescentes em Monte Alegre, no ano de 2006. Atuou pelo MPPA o promotor de justiça José Rui de Almeida Barbosa, em sessão presidida pelo juiz Edmar Pereira. O caso foi desaforado para Belém após pedido da promotoria de Alenquer.
O comerciante Anaray Caldas Franco, 47 anos, foi condenado a 62 anos de prisão por duplo homicídio qualificado das vítimas Quedson Nunes da Silva e Jedielson Antonio de Oliveira Freitas. O réu Adinelson Brito Ferreira, 37 anos, foi condenado a 34 anos de reclusão pelo homicídio de Jedielson de Oliveira, e absolvido em relação à Quedson Nunes. O cabo PM Jairo Nobre Lima, acusado de corromper de testemunhas, foi condenado a quatro anos de reclusão a ser cumprida em regime aberto. Os dois reús condenados por homicídio respondiam o processo em liberdade e poderão recorrer da sentença nessa condição.
A motivação do crime seria o fato dos adolescentes serem suspeitos de roubar R$ 89 mil do cofre da loja da família de Adinelson. O promotor de justiça José Rui de Almeida Barbosa sustentou a participação dos réus no homicídio qualificado. Conforme a tese do MP, o comerciante teria contratado o Anaray Caldas (ex-cabo Cunha) para matar os dois rapazes. As vítimas foram obrigadas a cavar suas próprias covas, na comunidade Serra da Lua, na região do Irerê, onde os corpos foram encontrados no dia 19 de janeiro de 2006, com sinais de tortura e espancamento.
O júri marcou a atuação da defensoria pública na assistência de acusação pela primeira vez na história do Estado, com o defensor público Alessandro Oliveira. Os advogados Rodrigo Santana e Madson Nogueira da Silva atuaram na defesa de Anaray Caldas. Em defesa de Adinelson Brito atuaram Paulo Boaventura Medeiros, Rubens Cardoso Vieira, Carim Jorge Melem Neto e Luciano Maués. A defesa de Jairo Nobre Lima foi feita pelo advogado Afonso Otávio Brasil.
Texto:Lila Bemerguy, com informações da Ascom do TJPA
Edição: Assessoria de Imprensa