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SANTA CATARINA – Agrotóxicos afetam a saúde humana desde a gestação e estão associados a graves doenças, diz especialista

Obesidade, diabetes, infertilidade, câncer, endometriose, impotência, neurotoxidade, má-formação congênita, autismo, Alzheimer, depressão, doença de Parkinson. Essas são algumas enfermidades associadas à exposição crônica a agrotóxicos, segundo o médico do Centro de Informações e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATOX/SC), Pablo Moritz, um dos palestrantes do I Seminário Intergovernamental sobre Controle de Agrotóxicos e Afins, realizado nesta sexta-feira (27/4), pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) em parceria com a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC). Moritz, que falou sobre “Agrotóxicos: intoxicação crônica”, explicou que, nos últimos anos, o entendimento com relação aos efeitos do uso dos agrotóxicos na saúde do ser humano foi alterado. Inicialmente, disse ele, acreditava-se que os impactos eram causados pela quantidade de agrotóxico utilizada, mas estudos comprovaram que, na verdade, eles estão relacionados à idade em que ocorre a exposição, especialmente se realizada em períodos críticos do desenvolvimento como a vida intrauterina, primeira infância e adolescência. “O período de latência entre a exposição e manifestação dos problemas é muito grande, nós não relacionamos o que acontece enquanto estávamos na barriga da mãe com as doenças que são desenvolvidas hoje. Temos um pensamento imediatista e por isso é difícil acreditar”, explica Moritz. Ainda, segundo o médico, mesmo as doses consideradas seguras por lei geram impactos que podem, inclusive, serem passados de uma geração para outra. “Ou seja, o agrotóxico altera a expressão gênica e acaba afetando os descendentes, não só aquele indivíduo”, afirma.

A coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor, Promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza, explicou que o objetivo do seminário, organizado em parceria com a CIDASC, foi atualizar os agentes dos órgãos governamentais sobre o Decreto Estadual 1.331/2017, que trouxe novas regulamentações sobre os agrotóxicos em Santa Catarina e discutir propostas de atuação conjunta. A abertura do evento contou com a participação do Secretário Adjunto da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Athos de Almeida Lopes Filho, e do Gestor do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal da CIDASC, Ricardo Miotto Ternus.

Greicia destacou a importância do trabalho conjunto entre todos os órgãos governamentais do Estados. “Todos aqui presentes têm uma participação em algum momento. Então a ideia é identificar dificuldades e alinhavar estratégias e a atuação de órgãos públicos”, complementou. Cerca de 100 participantes discutiram nos painéis temas como uso, comércio e transporte de agrotóxicos, além dos impactos dos resíduos desses produtos químicos na alimentação.

Durante o evento também foram abordados outros três temas:

Tema 1: Qualidade dos alimentos.

Médico Pablo Moritz – Centro de Informações e Assistência Toxicológica de Santa Catarina

Promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza – Coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor

Nutricionista Michele Ebone – Vigilância Sanitária Estadual

Tema 2: Controle do comércio de agrotóxicos e afins.
Eng. Agr. Matheus Mazon Fraga – Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de
Santa Catarina (CIDASC).
Eng. Agr. Isabelle Nami Regis – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/SC)
Bióloga Gabriela Brasil dos Anjos – Fundação do Meio Ambiente/Instituto do Meio Ambiente
de Santa Catarina (IMASC).

Tema 3: Controle no uso de agrotóxicos e afins.
Eng. Agr. Geovani Pedro de Souza – Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de
Santa Catarina (CIDASC).
Eng. Agr. Paulo Francisco da Silva – Empresa de Pesquisa e Extensão Agropecuária de
Santa Catarina – (EPAGRI).
Major Marledo Egídio – Polícia Militar Ambiental (PMA/SC).

Tema 4: Controle do transporte de agrotóxicos e afins e fiscalização de produtos ilegais.
Subtenente Almir Vieira – Defesa Civil – Produtos Perigosos.
Auditor da Receita Estadual Jair Schmitt – Conselho Estadual de Combate à Pirataria (CECOP). 
Policial Rodoviário Federal Adilson Soria Vaz – Polícia Rodoviária Federal em Santa Catarina (PRF/SC).                                                                                            

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