SANTA CATARINA – Artigo: Corrupção é violência contra a sociedade
A corrupção é um crime que acontece às escuras. Não envolve violência, tiroteio nem reféns, mas as consequências são igualmente nefastas. As suas marcas são vistas claramente na falta de dinheiro público para a educação, para a segurança pública, para a saúde, para boas estradas, para a efetiva cidadania de todos, especialmente dos mais vulneráveis.
A importância de combater esse crime é tamanha que foi instituído o Dia Internacional contra a Corrupção. Em 2003, no dia 9 de dezembro, a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção foi assinada por diversos países, entre eles o Brasil, na cidade de Mérida, no México. O propósito é fortalecer a cooperação internacional para ampliar a prevenção e o combate à corrupção no mundo todo.
O combate à corrupção é uma das principais bandeiras do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Nossos Promotores e Promotoras de Justiça sempre atuaram de forma firme e enérgica para proteger a sociedade em todos os municípios catarinenses de particulares e agentes públicos que sorrateiramente se beneficiam dos cofres públicos.
Para potencializar esse trabalho e fortalecer as apurações de autoridades com prerrogativa de foro, os grupos anticorrupção, os GEACs, foram regionalizados e há mais de um ano vêm atuando em conjunto com os GAECOs. Temos hoje mais de 100 investigações em andamento, das quais 73 têm envolvimento de agentes políticos. Com a regionalização dos GEACs, ficamos mais proativos. O Ministério Público, guardião da sociedade, segue fiscalizando e empreendendo esforços para cumprir o seu papel.
É bom lembrar, contudo, que a corrupção pode ser praticada tanto pelo agente político quanto pelo particular.
Nesse sentido, a filósofa Hannah Arendt bem nos ensina que o mal, uma vez banalizado, pode ser cometido por pessoas comuns de forma inadvertida. Não existe corrupção nobre. A corrupção pode estar nos pequenos atos do dia a dia, e o combate a essa mazela tem que ser de todos. A sociedade, felizmente, não tolera mais a famigerada máxima “rouba, mas faz”.