SANTA CATARINA – Trabalhando Juntos: programa de aprendizagem profissional para jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade chega a Jaraguá do Sul
Uma iniciativa do Ministério Público vai levar a jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social oportunidades de aprendizagem profissional em empresas de Jaraguá do Sul. A proposta é uma ação da 7ª Promotoria de Justiça, que atua na área da Infância e Juventude, que implantou no município o programa Trabalhando Juntos, desenvolvido pelo Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (CIJ) do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
O objetivo é que os adolescentes em situação de acolhimento institucional, que cumpram medidas socioeducativas em meio aberto ou em situação de evasão escolar sejam contratados para vagas de Jovem Aprendiz.
O coordenador do projeto na Comarca de Jaraguá do Sul, Promotor de Justiça Marcelo José Zattar Cota, explica que a iniciativa é importante porque ajuda no combate à evasão escolar e à falta de perspectiva de crescimento profissional de jovens e adolescentes.
O “Trabalhando Juntos” será a ponte entre as empresas, que precisam contratar, e os jovens e adolescentes que estiverem dentro dos requisitos de contratação. O lançamento oficial do projeto ocorreu no dia 24 de agosto em reunião virtual, mas as atividades de organização e planejamento já estão ocorrendo desde maio deste ano.
Um dos primeiros resultados do projeto no município foi a formatura de 32 adolescentes que passaram pelo curso de iniciação profissional. Agora, os perfis dos jovens serão encaminhados para as empresas. Elas selecionam os jovens que melhor se adequarem às vagas.
Outra ação foi a apresentação do projeto aos empresários locais. O objetivo foi conscientizá-los sobre a obrigatoriedade de contratação de adolescentes e jovens para as vagas de Jovem Aprendiz e sobre a importância social de oferecer essas vagas a jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
Já foi feito o contato com as empresas para mapear o número de oportunidades que poderiam ser ofertadas.
Segundo dados de 2019 do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (CIJ), 468 empresas de Jaraguá do Sul se enquadravam na obrigatoriedade de contratar aprendizes. Das 1790 vagas de Jovem Aprendiz nessas empresas, 483 não estavam ocupadas.
Cota ressalta que o objetivo é que o trabalho em conjunto do MPSC com os órgãos parceiros possa sensibilizar as empresas a aderirem ao projeto, para assim, oportunizarem aos jovens a contratação para aperfeiçoamento profissional.
A reunião contou com a participação do Coordenador do Projeto em Jaraguá do Sul, Promotor de Justiça Marcelo José Zattar Cota; da Juíza da Vara da Família, Infância e Juventude, Órfãos, Idosos e Sucessões, Daniela Fernandes Dias Morelli, de representantes do CIEE de Jaraguá do Sul; da Vereadora Maria Santin Camello, representando a Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul; de Benedito Carlos Noronha e Ivana Atanásio Dias, representando o Município de Jaraguá do Sul; de Fernando Aflen, representando a Gerência Regional de Educação; de Talita Beber, representando a Câmara de Dirigentes Logistas de Jaraguá do Sul; e Luis Hufenüssler Leigue, representando a Associação Comercial e Industrial de Jaraguá do Sul (ACIJS).
Como funciona o projeto
Em abril deste ano, as Promotorias de Justiça receberam uma cartilha desenvolvida pelo Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude (CIJ) que explica o programa e mostra as etapas para a implantação do projeto nas comarcas.
O Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (CIJ) pode ser procurado pelas Promotorias que tiverem interesse em executar o projeto. O “Trabalhando Juntos” já foi encampado por 10 Promotorias de Justiça e está funcionando ou em fase de implementação nos municípios de Balneário Camboriú, Campos Novos, Jaraguá do Sul, Meleiro, Navegantes, Presidente Getúlio, Rio Negrinho, Santa Rosa do Sul, São José e Turvo.
Inicialmente, as Promotorias articulam com a Secretaria de Assistência Social a busca pela relação de adolescentes em situação de vulnerabilidade social, em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto, em acolhimento familiar ou institucional e em situação de evasão escolar, que estão aptos a participar do projeto.
Assim, ocorre um trabalho de sensibilização e conscientização com os empresários locais, para promover a aderência ao projeto e destinar vagas a esse público.
Os jovens e adolescentes são convidados a participar de oficinas socioeducativas em entidades parceiras do programa. O curso preparatório ensina conhecimentos essenciais para o início no mercado de trabalho: economia pessoal; trabalho em equipe; elaboração de currículo; comportamento no ambiente de trabalho; e outros temas.
Ao terminar os dois meses e meio de curso, os jovens e adolescentes são encaminhados a vagas de aprendiz em empresas que aderiram ao programa.