Projeto pioneiro no estado está sendo desenvolvido na Região do Araripe, contando com a participação efetiva do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Trata-se da recolocação de papagaios no meio ambiente da região. Para discutir o assunto, o promotor de Justiça, Élson Ribeiro, reuniu-se em Exu, a 603 quilômetros do Recife, com representantes do Ibama – os biólogos Edson Lima e Edson Andrade -, da 3ª Companhia de Polícia Militar do 7º Batalhão de Polícia Militar, localizada naquele município – o capitão Dário Ângelo Lucas da Silva -, e ainda com técnicos das secretarias municipais de Educação, Cultura e Agricultura.
Concebido numa parceria entre a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), localizada em Petrolina, no Sertão do São Francisco, e o Ibama, o projeto será desenvolvido na Região do Araripe, escolhida por abrigar uma reserva de Mata Atlântica, tida como local ideal para readaptação dos papagaios.
“Não basta apenas a soltura das aves sem viabilidade de sobrevivência e adaptação ao ecossistema”, ponderou o promotor de Justiça, Élson Ribeiro. “É necessário, portanto, a participação de todos os órgãos para que o projeto se torne viável”, destacou o promotor de Justiça.
A previsão é que cerca de cem papagaios sejam desenvolvidos à natureza. As aves são provenientes de apreensões e já estão no processo de readaptação ao meio ambiente há quase dois anos, aprendendo a voar e comer sozinhas.
Durante a reunião, estabeleceu-se um consenso, intermediado pelo Ministério Público de Exu, para que a recolocação dos papagaios na floresta acontece no mês de novembro. Até lá várias ações deverão ser desenvolvidas na Terra de Luiz Gonzaga tendo como mote questões ambientais.
Uma dessas iniciativas será a distribuição de folderes educativos, exibição de vídeos e realização de palestras envolvendo alunos das redes municipal, particular e estadual de ensino, principalmente aqueles que estudam em unidades da zona rural. Também está sendo estudada a realização de um dia “D” na cidade para divulgação do projeto de recolocação dos papagaios.
“Se forem soltos dez papagaios, e desses, três sobreviverem, já será uma grande conquista, pois esses três, adaptados ao meio ambiente, formarão as novas gerações dessas aves”, destacou Élson Ribeiro. “É muito melhor a sobrevivência de três na natureza do que de dez em cativeiro”, complementou o promotor de Justiça.
Um novo encontro organizado pela Promotoria de Justiça de Exu com o mesmo grupo de técnicos e autoridades está previsto para o próximo mês, após as eleições.