Para divulgar as ações em favor dos direitos dos torcedores e da atuação do Juizado Especial do Torcedor (Jetep), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), lançou na tarde desta terça-feira o vídeo institucional “Futebol e Cidadania”. Além da presença dos promotores de Justiça que fazem o Jetep, o evento contou também com representantes da Polícia Militar, grandes times do estado e das torcidas organizadas. Aproveitou-se a reunião para discutir e debater as novas diretrizes sobre o Estatuto do Torcedor, reformulado recentemente.
O vídeo sobre o futebol pernambucano traz depoimentos de promotores de Justiça, delegados, juízes e diversos torcedores. Além da explicação sobre os detalhes do Estatuto do Torcedor, a responsabilidade de torcidas, times, dirigentes e até jogadores, o filme ressalta a beleza do futebol, resgata a magia da bola em campo, que as vezes, fica obscurecida pela violência. “É preciso continuarmos neste trabalho conjunto para a diminuição da violência. Com violência em campo, os pais deixam de levar seus filhos ao estádio, e se as crianças deixarem de ir ao estádio, não teremos a cultura de futuros torcedores que vão ao estádio. Pela televisão não tem graça, bonito mesmo é a torcida”, disse o promotor Aguinaldo Fenelon.
Após a exibição do filme, foi dado espaço para que as pessoas pudessem falar a respeito da atuação do Jetep e das dúvidas existentes. O promotor de Justiça de Defesa da Cidadania, Marco Aurélio Farias, disse se sentir honrado por ter sido convidado a participar da apresentação. “ Essas ações estão servindo para resgatar o esporte como uma forma de lazer e de agregação social, ponto fundamental para a busca da cidadania”, disse. Já o presidente da Inferno Coral falou a respeito do cadastramento das torcidas organizadas. “Se trabalhar todo mundo junto , a gente vai ter um melhor resultado, esse cadastramento das torcidas precisa mesmo ser feito, porque assim, quem cometer qualquer tipo de crime vai ser punido”, afirmou o presidente.
Ainda durante o encontro o vice-presidente executivo do clube Náutico Capibaribe, Paulo César Wanderley, lembrou como era antes de existir o Jetep. “Antes não existia punição, e hoje há um Juizado dentro dos locais dos jogos, o que garante a punição, e com isso estamos encontrando a solução, avançando e fazendo com que a paz nos estádios vire uma nova realidade”, comemorou.
O promotor de Justiça Carlos Guerra, que também faz parte do Juizado do Torcedor, falou das transformações que tem sido feitas em Pernambuco desde a implantação em 2007, naquele ano, o número de ocorrências caiu 71%. “Tudo isso faz parte de uma cultura, e a cultura não se muda do dia para a noite. O que tem acontecido é muito significativo, tenho acompanhado essas mudanças de perto”, falou.
Após os representantes do Batalhão de Choque e da Rádio Patrulha darem a sua opinião a respeito da atuação do Jetep, o promotor de Justiça José Bispo de Melo falou da importância do filme Futebol e Cidadania, produzido pela Dupla Comunicação e Ateliê Produções. “A divulgação desse vídeo deixa, de uma certa forma, o trabalho mais fácil, porque apresentou todos os órgãos envolvidos no Jetep e o que cada um faz, e isso é muito bom”. Ele ainda chamou atenção para o estudo que o MPPE está fazendo sobre as mudanças no estatuto do torcedor. “Existem algumas mudanças com relação à responsabilidade subjetiva, uma forma de fazer com que se aplique algumas sanções de forma mais rígida, mas ao mesmo tempo existe a responsabilidade solidária”, explicou.
Depois de agradecer aos presentes na sessão, o promotor de Justiça Aguinaldo Fenelon, lembrou que antes das partidas nas quais está previsto mais de 10 mil torcedores, são realizadas reuniões com os membros do MPPE, dirigentes dos clubes, das torcidas organizadas, juízes e representantes da Secretaria de Defesa Social para traçar um plano de segurança para os locais de jogos, seu entorno e nos lugares onde as torcidas, tradicionalmente, se encontram. “Realizamos este trabalho com diálogo e cidadania, o que vem dando resultado. Estamos resgatando o futebol como uma forma de também aproximar as pessoas, através da paixão”, finalizou.
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