Skip links

A pedido do MP-GO, delegacia de Planaltina é interditada

Promotoria de Planaltina mostrou precariedade do sistema prisional
 
Promotoria de Planaltina mostrou precariedade do sistema prisional

 

Atendendo pedido do Ministério Público de Goiás, formulado pela promotora de Justiça Lucrécia Cristina Guimarães, a Delegacia de Polícia do município de Planaltina de Goiás foi totalmente interditada pela Justiça, em decisão proferida pelo juiz Alano Cardoso e Castro. Com a decisão, está proibida a entrada de novos detentos na carceragem, sob pena de a autoridade policial local responsável e do delegado regional de Polícia Civil, lotado em Formosa, pagarem pessoalmente multa de R$ 10 mil, por preso que ingressar na delegacia a partir da intimação da ordem judicial.

Foi determinado ainda que a Agência Goiana do Sistema de Execução Penal faça a transferência dos presos que estão custodiados na delegacia, no prazo de 30 dias, cabendo depois de vencido o prazo multa diária de R$ 30 mil a ser arcada pessoalmente pelo presidente da AGSEP, Edemundo Dias.

O juiz mandou ainda, conforme solicitação do MP, oficiar à Comissão de Segurança Pública e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Goiás, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, o Departamento Penitenciário Nacional e o Conselho Nacional de Justiça remetendo cópia dos autos e da decisão.

De acordo com a promotora, após a interdição da cadeia pública de Planaltina também requerida pelo MP, os presos passaram a ser recolhidos na delegacia da cidade, por orientação da Delegacia Regional de Política de Formosa.

De acordo com o MP, a delegacia conta apenas com duas celas, com capacidade para cinco presos, acolhendo atualmente 32 presos, sendo que o problema de superlotação e a falta de alimentação expõem os detidos a condições subumanas. Também foram informadas agressões físicas entre presos e a falta de agentes na delegacia para a vigilância dos detidos.

As celas não são destinadas à custódia de presos e servem apenas para a detenção durante a lavratura do flagrante até o encaminhamento ao estabelecimento prisional adequado, acrescentou a promotora.

A decidir, o juiz afirmou que o problema prisional da cidade é emblemático e revela a face estarrecedora e preocupante do atual cenário do sistema no Estado, concordando com a gravidade dos problemas elencados pelo MP tais como a superlotação, a falta de alimentação, as condições insalubres, presença de ratos e insetos, agressões e ameaças a presos.

A decisão destaca ainda que o uso da carceragem para a permanência de preso implica o desvio de função dos policiais civis da cidade, que já são poucos, e agora também são obrigados a deixar o trabalho investigativo de crimes para cuidar e fiscalizar a custódia de presos, prejudicando ainda mais a segurança do município. (Postado por Marília Assunção – Texto: Cristiani Honório – Foto: João Sérgio / Assessoria de Comunicação Social do MP-GO)

Nosso site utiliza cookies para aprimorar a sua navegação