Atuação conjunta do MPMG e da Polícia Civil em investigação criminal é destaque em coletiva de imprensa em Itaúna
Nessa terça-feira, 12, o promotor de Justiça Fábio Galindo Silvestre; o subcorregedor de Polícia Civil, Élder Dangelo, e o delegado regional Fernando Vilaça receberam a imprensa em Itaúna, a 76 km de Belo Horizonte, para esclarecer detalhes sobre as primeiras denúncias criminais oferecidas contra policiais acusados de participar de uma quadrilha que fraudava documentos de veículos na Delegacia de Trânsitos do Município. As denúncias encaminhadas à Justiça são resultado de uma investigação criminal que durou cerca de um ano e contou com a participação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Corregedoria-Geral de Polícia Civil do Estado.
Além do teor das acusações, durante a coletiva, outro ponto chamou a atenção e ganhou destaque nas palavras do subcorregedor Élder Dangelo: a importância dessa atuação integrada do MPMG e da Polícia Civil do Estado na apuração dos crimes. Essa união de forças no combate à criminalidade está em xeque, já que tramita no Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição n.º 37 (PEC 37), que, caso seja aprovada, irá impedir que o Ministério Público e vários outros órgãos realizem investigações criminais, concentrando-as exclusivamente no âmbito das polícias judiciárias.
Para o subcorregedor de Polícia Civil de Minas Gerais, a proposta representa um retrocesso. “Já fui contra a investigação pelo Ministério Público, no entanto, no decorrer do tempo, mudei meu pensamento. A atuação conjunta, a força conjunta do MP, da Polícia Civil, da Policia Militar e dos órgãos de defesa social é em prol da segurança pública”, enfatizou Élder Dangelo durante a entrevista em Itaúna.
O representante da Polícia Civil disse acreditar que a sociedade não está mais preocupada com quem vai investigar, mas sim com os resultados das investigações.”Ela quer ver o criminoso na cadeia.”
O assunto também foi abordado pelo promotor de Justiça Fábio Galindo. Para o representante do MPMG, a criminalidade está cada vez mais complexa, o que deve ser acompanhado pelas investigações. “As apurações demandam ferramentas tecnológicas, grande quantidade de pessoal e capacidade de gestão de informações. E somente instituições que se somam são capazes de levar a cabo investigações dessa natureza.”
O promotor de Justiça também citou convenções internacionais sobre o combate ao crime organizado. “Todas elas recomendam a criação de forças-tarefas para o combate, a criação de organismos mistos compostos de promotores, delegados, detetives, membros da Polícia Militar, das Receitas Federal e Estadual”.