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BELÉM: Greenpeace apresenta relatório de investigação sobre planos de manejo florestais no Pará

A equipe da campanha da Amazônia da Ong Greenpeace, apresentou os resultados da investigação ambiental realizada durante 15 meses em planos de manejo florestais licenciados pelo órgão ambiental do estado do Pará, localizados nos municípios de Anapu, Pacajá, Prainha, Rurópolis, Santarém, Uruará, Altamira e Belterra. A exposição dos dados ocorreu na última sexta-feira, 22.

Na exposição realizada para promotores de Justiça, representantes do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Delegacia de Meio Ambiente (Dema) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) foram observados as seguintes fraudes: superestimação do número de árvores, inventário com informações falsas, utilização de fórmula inadequada (gerando volume extra), uso do mesmo documento mais de uma vez no transporte da madeira em tora. Dessa maneira foram acobertados a madeira explorada ilegalmente no Estado do Pará e área explorada não autorizada, informou a representante do Greenpeace.

 

Segundo o representante do Gaeco na reunião promotor de Justiça Milton Menezes, o crime da exploração ilegal de madeira no Estado do Pará não é só ambiental, mas envolve trabalho escravo, crimes contra o sistema financeiro e é operado por uma organização criminosa. “É necessário utilizar aparatos de inteligência para coibir tal crime”, asseverou.

Segundo a promotora de Justiça Ione Nakamura, a exploração ilegal de madeira ocorre principalmente em assentamentos, o que altera a forma do uso da terra e dos recursos florestais. “Muitas vezes os agricultores são levados a realizar contratos com madeireiros sem ter um apoio técnico”, afirmou.

Durante a reunião os representantes do Greenpeace entregaram 17 relatórios de análises dos planos de manejo investigados, que foram realizados com apoio da Sema, com várias irregularidades, como no caso de planos no qual o volume autorizado pela Sema é maior do que o solicitado pelo detentor do plano de manejo.

Segundo Marina Lacort do Greenpeace no entorno dessas áreas autorizadas ocorrem exploração ilegal de madeira.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional Ambiental (Caoma), Nilton Gurjão, expôs sobre a necessidade de interagir com outras instituições como o Ministério Público Federal, Polícias e sociedade civil na busca de soluções no combate dessas irregularidades e argumentou a necessidade da criação de um grupo de trabalho para atuar na questão que envolve a exploração ilegal de madeira no Pará.

Ficou deliberado a construção de um relatório sobre as denuncias apresentadas pelo Greenpeace ao Ministério Público, a articulação do Ministério Público do Estado do Pará com o Departamento de Justiça Americano já que os Estados Unidos são compradores dessa madeira do Pará, a construção de um intercâmbio de informações, a elaboração de uma estratégia institucional no combate dos crimes que envolvem a exploração, transporte, processamento e comercialização da madeira ilegal.

 

Texto: Tarcísio Feitosa da Silva (CAO/GTI)
Fotos: Vânia Pinto (graduanda em jornalismo)
Edição: Assessoria de Imprensa

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