BELÉM: MP participa de Audiência Pública e encaminha questões sobre conflitos agrários no Jari
Os conflitos agrários na região do projeto Jari foram alvo na terça (17) de audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) a pedido do Ministério Público estadual e de 15 lideranças de trabalhadores rurais.
As lideranças representam 153 comunidades rurais residentes no Distrito de Monte Dourado município de Almeirim, região do Baixo Amazonas distante 600 quilômetros da capital Belém.
O MPE participou do debate por meio da promotora Ione Missae da Silva Nakamura e dos técnicos da instituição Tarcísio Feitosa, Paulo Marcelo e Regane Rego do Grupo Técnico Interdisciplinar (GTI) do MP.
“O que nós buscamos com essa audiência pública é abrir um diálogo de caráter permanente entre governo estadual e as lideranças dessas comunidades rurais para encaminharmos soluções e, sobretudo, garantir uma solução de modo pacífico” diz a promotora Nakamura da promotoria agrária de Santarém, oeste paraense.
O ponto central da audiência pública, proposta pelo deputado Airton Faleiro (PT) é atender as demandas de 153 comunidades rurais no que dizem respeito aos conflitos agrários instalado na região desde a década de 70.
Presentes a audiência pública órgãos governamentais da esfera municipal, estadual e federal e lideranças rurais.
DEMORA – O MPE por meio de sua promotoria agrária em Santarém questiona acompanha, fiscaliza e cobra a efetivação por parte dos órgãos competentes dos governos federal e estadual, o processo de regularização fundiária das áreas ocupadas pelos trabalhadores tanto no distrito de Monte Dourado como na sede do município de Almeirim.
ENCAMINHAMENTOS – Segundo a promotora Nakamura foram tirados 5 encaminhamentos durante o processo de audiência pública a, saber:
1 – Criação de uma comissão em forma de Grupo de Trabalho (GT) agrário exclusivamente por membros da Alepa;
2 – Apoio do MPF para acompanhar o caso, pois existe financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na região;
3 – Presença da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) para atendimento na regularização fundiária nas áreas federais;
4 – Área de Proteção nas áreas ribeirinhas nas margens dos rios federais e,
5 – A cobrança de Plano de Manejo por parte da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
RELATÓRIO – O relatório da instituição ministerial executado pela promotoria agrária de Santarém a partir de um diagnóstico feito nas áreas ocupadas aponta que na região conflagrada urge a necessidade de regularizar a questão fundiária nas comunidades residentes na região do Jari.
LUTA – As comunidades lutam tendo ao lado o MPE por uma solução dos órgãos fundiários no âmbito estadual e federal sobre o direito de uso e usufruto dessas áreas rurais onde residem.
Os conflitos agrários pela posse e usufruto das terras se estabeleceram desde a década de 70 colocando de um lado a empresa Jari Celulose que advoga a tese de que as terras lhes pertencem. E, do outro, as comunidades rurais formadas de trabalhadores rurais que cobram a titulação das terras.
Texto – Edson Gillet
Assessoria de imprensa
Fotos – GTI do MPE