BELÉM: MP pede prisão preventiva de PMs por roubo, extorsão, tortura física e psicológica
O promotor Armando Brasil informou que a denúncia foi acatada pela Justiça e os acusados encontram-se recolhidos na penitenciária Anastácio Neves. Audiência dos acusados está marcada para o dia 1º de novembro.
O 1º promotor de Justiça Militar Armando Brasil enviou denúncia no dia 16 ao Juiz de direito da Justiça Militar do Estado contra os policiais militares Gerson Souza Cruz, Haroldo Carlos dos Santos Nascimento e Luciano Silva Mangas.
Os denunciados roubaram, extorquiram e agrediram fisicamente, além de fazer terror psicológico contra as vítimas Lauro Júnior, Everton Vlente, Lecinda de Souza e Hellen de Souza. As vítimas reconheceram os PM’s por fotos.
O Ministério Público pede à Justiça o recebimento da denúncia, interrogação dos acusados, notificação das testemunhas, envio de cd com interceptação telefônica realizada na linha telefônica do PM Gerson Cruz para o Instituto de Perícias Científicas Renato Chaves para efetuar a degravação das conversas, identificação do PM que exercia a função de motorista do tenente Luciano Mangas e que auxiliou o denunciado Gerson Cruz e a manutenção da prisão preventiva dos denunciados.
FATOS
No dia 3 de outubro de 2013, os policiais militares Gerson Cruz e Haroldo Nascimento foram escalados para trabalharem na base móvel comunitária Mirandinha. Eles chegaram às 20h, duas horas depois eles se ausentaram dizendo que iam lanchar e só retornaram a 1h do dia 4 de outubro.
Durante esse intervalo de tempo, os acusados e mais duas pessoas não fardadas com armas em punho apontaram em direção à cabeça de Lauro Júnior e a esposa Lecinda Valente que estavam em frente à casa da mãe de Lauro na vila da Barca. Os policiais tiraram do bolso de Lauro Júnior a quantia de 200 reais. Logo depois invadiram a casa da mãe da vítima, reviraram móveis da casa atrás de dinheiro, enquanto a vítima estava algemada. Roubaram 300 reais em moeda da filha da vítima, 500 reais e mais dois cordões que encontraram na casa.
Após a invasão e roubo à residência, os PM’s circularam com Lauro Júnior algemado no interior de um carro Gol, cor prata peliculado de placa NOI- 580 e a partir desse momento, os policiais militares passaram a extorquir a vítima exigindo cinco mil reais para o resgate, que depois baixou para dois mil. Em seguida o filho da vítima tomou conhecimento do ocorrido e foi de bicicleta até o local, mas foi surpreendido no meio do caminho pelos denunciados que o jogaram no interior do veículo e o torturaram psicologicamente aplicando coronhadas com arma e com ameaças de morte.
A esposa da vítima contatou a Corregedoria da Polícia Militar para prender os acusados em flagrante na entrega do dinheiro que seria na travessa Antônio Everdosa, mas os acusados desconfiaram e soltaram as vítimas na ponte do galo às 13 h da madrugada do dia 4 de outubro.
No mesmo dia, a interceptação telefônica autorizada judicialmente foi realizada na linha de Gerson Cruz e constatou-se que ele estava recebendo auxílio do tenente Luciano Silva Mangas. “Assim, diante do conteúdo das conversas, é claro o envolvimento e comprometimento do 1º Tenente Luciano Mangas em cooperar e acobertar os crimes cometidos pelo Cabo Policial Militar Gerson Cruz e seus comparsas, sendo indiciado por co-autoria nos crimes de extorsão mediante sequestro e roubo qualificado” explica o promotor de Justiça Armando Brasil.
Leia aqui a denúncia na íntegra
Texto: Jessica Barra (Graduanda em jornalismo)
Revisão: Edson Gillet (Assessoria de imprensa)