MPCE realiza curso de capacitação sobre combate à corrupção
O Ministério Público do Estado do Ceará iniciou ontem (8) o Curso de Capacitação e Treinamento no Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, direcionado a membros e convidados. O evento ocorre na sede da Procuradoria Geral Justiça, em Fortaleza, e segue até sexta-feira (11). O treinamento é desenvolvido pelo Programa Nacional de Capacitação e Treinamento para o Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (PNLD), da Secretaria Nacional de Justiça, e promovido pela Escola Superior do MPCE (ESMP), com o apoio da PGJ.
A cerimônia de abertura dos trabalhos contou com o pronunciamento do procurador-geral de Justiça, Ricardo Machado; do diretor da ESMP, Benedito Augusto; e do delegado da Polícia Federal e diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), Ricardo Andrade Saadi.
O curso conta ainda com a participação do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional. Para Ricardo Machado, o que querem as organizações criminosas é a desestruturação do Estado, bem como a falta de parceria e de comunicação entre os organismos de segurança e controle. “Por isso, temos que consolidar essas parcerias”, disse, ao citar exemplos de casos de corrupção envolvendo o Brasil, a Bélgica e a França.
Já Benedito Augusto anunciou a intenção da ESMP em criar um laboratório de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. “Todos da nossa equipe têm se esforçado no desempenho de trabalhos interdisciplinares, que aprimorem técnicas no sentido de desenvolver uma doutrina ministerial, de forma a aprofundar estudos especializados, por meio de convênios firmados com universidades estrangeiras”. Ele mencionou a parceria firmada com a Universidade de Roma Tor Vergata, evidenciando a importância da troca de experiências.
Ricardo Saadi informou que a ideia desse curso advém das reuniões promovidas pela Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), em que são apontados problemas enfrentados pelo Estado brasileiro. De acordo com ele, os encontros da Enccla objetivam a transmissão de experiências, além de propiciar a integração entre as instituições. “Polícia Federal, Ministério Público, Coaf, Banco Central e CGU, sozinhos, não fazem nada. Se não atuarmos em constante parceria e em várias linhas de frente, será muito mais difícil combater o crime organizado”, alertou, ao informar que este faz altos investimentos na contratação dos melhores advogados, contabilistas, engenheiros, além de financiar campanhas eleitorais e corromper magistrados.