Operação Dezembro Negro: Comandante do 7º BPM é preso em ação da DHNSG e GAECO
A Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), com o apoio da Corregedoria Geral Unificada (CGU), desencadearam, nesta segunda-feira (19/12), a Operação Dezembro Negro, com o objetivo de cumprir 23 mandados de prisão temporária, sendo 13 de policiais militares, entre eles o Comandante do 7º BPM (São Gonçalo), Tenente-Coronel Djalma Beltrami, e 10 de traficantes do Morro da Coruja, em São Gonçalo. Cerca de 100 agentes da Polícia Civil, um helicóptero blindado e dois Promotores do GAECO participam da operação.
O GAECO e a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo começaram a investigar, em maio deste ano, a procedência das drogas que abasteciam o tráfico na Região dos Lagos, após o MPRJ perceber aumento no número de homicídios ligados ao tráfico de drogas na localidade. Durante a investigação, descobriu-se que os entorpecentes que chegavam à Região dos Lagos, via São Pedro da Aldeia, vinham dos morros do Bumba, em Niterói, e da Coruja, em São Gonçalo. “Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram que policiais militares do 7º BPM negociavam propinas com traficantes para deixar funcionar livremente o tráfico de drogas. Em uma das conversas, o policial pedia, por semana, a quantia de dez mil reais (R$ 10 mil) para o “Zero Um” (como é chamado o comandante do batalhão) e de cinco mil reais (R$ 5 mil) para cada uma das gêmeas do GAT (como eram chamadas as viaturas do Grupamento do Apoio Tático)”, explicou o Promotor de Justiça Marcelo Arsenio.
A investigação, além das escutas telefônicas, também teve por base outras informações, como imagens de circuito interno de um posto de gasolina, e do GPS de duas viaturas do GAT. “No dia marcado entre os policiais e os traficantes para o pagamento da propina, provado por conversas interceptadas, os GPS das viaturas do GAT foram desligados e religados, simultaneamente. Cruzando-se a informação dos investigadores, que deslocados visualizaram a negociação, com as imagens do posto de gasolina e com os dados dos GPS, chegou-se à conclusão de que os militares que integravam aquelas guarnições negociaram e receberam o dinheiro sujo”, disse o Promotor de Justiça Tulio Caiban Bruno.