PERNAMBUCO: Júri condena réu que tentou matar ex-esposa na abertura da Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa
10/03/2015 – O primeiro julgamento da Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa em Pernambuco foi concluído nessa segunda (9), com a condenação, na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, do réu Ednaldo Francisco da Silva a 4 anos e 9 meses de reclusão pela tentativa de homicídio duplamente qualificado contra a sua ex-esposa, Marília Ribeiro de Barros. A estimativa é de que até a próxima sexta-feira (13) sejam realizados, somente no Estado de Pernambuco, cerca de dois mil julgamentos de crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher.
De acordo com o representante do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) no julgamento, promotor de Justiça André Silvani, o Conselho de Sentença acolheu a tese de que o réu, mediante disparos de arma de fogo, atentou contra a vida da ex-esposa por motivo torpe e sem oferecer possibilidade de defesa à vítima.
Silvani destacou ainda que os jurados votaram pela condenação mesmo após o depoimento da vítima em plenário a favor do réu. “É algo mais corriqueiro do que se imagina. Muitas vezes as mulheres acabam até voltando a manter um relacionamento com o agressor. Segundo a vítima, todos os disparos efetuados pelo acusado foram para cima, e em nenhum momento ele tentou matá-la, contrariando seu depoimento na fase de investigações”, disse o promotor, acrescentando que este tipo de prática dificulta bastante o trabalho da acusação.
Idealizada pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, a campanha tem como objetivo mobilizar todo o sistema de Justiça para priorizar, na semana de 9 a 13 de março, o julgamento de casos de violência contra a mulher em todo o Brasil.
Histórico – o crime ocorreu no dia 7 de setembro de 2013, no bairro de Areias, Recife. Segundo a denúncia oferecida pelo MPPE à Justiça, o acusado e a vítima já estavam separados há sete meses, mas Ednaldo Francisco da Silva ainda nutria ciúme de sua ex-esposa.
Insatisfeito com o fato de que a vítima estava em outro relacionamento, Ednaldo dirigiu-se até a casa de Marília e encostou uma arma de fogo na cabeça dela. O réu chegou a puxar o gatilho, mas não houve disparo porque a arma falhou. Na ocasião, a vítima conseguiu correr, sendo atingida ainda por um tiro de raspão no braço.