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SANTA CATARINA – Nas redes sociais, Promotor de Justiça de Xanxerê encontra canal de diálogo com a comunidade

Em uma das transmissões ao vivo no Facebook, as mais de duas mil visualizações, 200 comentários e 30 compartilhamentos demonstram o sucesso de uma iniciativa que surgiu com a intenção de viabilizar à comunidade o acesso à informação. Para responder a perguntas relacionadas à crise do coronavírus, o Promotor de Justiça Marcos Augusto Brandalise, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Xanxerê, já realizou em seu perfil pessoal nove lives, modalidade que tem ganhado audiência neste período de isolamento social.

Antes mesmo de o Estado recomendar à população o uso de máscaras de tecido e torná-lo obrigatório aos funcionários de empresas que trabalham com atendimento ao público, o Promotor de Justiça já havia comentado sobre a medida de proteção em uma de suas transmissões. “Fizemos uma live com a participação de uma médica e de uma enfermeira do setor de Epidemiologia e falamos especificamente a respeito da necessidade do uso de máscaras, tipos de tecidos e procedimentos de cuidado, higienização e descarte recomendados”, conta Brandalise. 

Viabilizando acesso à informação 

Quando começaram a ser publicados decretos e portarias para a contenção do contágio pela covid-19 em Santa Catarina, Brandalise imaginou como a população estaria se sentindo diante de tantas normas novas. “Comecei a pensar que, se já era difícil para a gente do Direito acompanhar e estudar, a sociedade devia estar em colapso em relação às condutas a serem tomadas”. Ele, que nunca teve muita afinidade com os holofotes das redes sociais – como demonstra o perfil de poucas e esporádicas postagens até o início das lives -, encontrou justamente nesse meio a maneira ideal de unir uma comunicação mais informal à transmissão de informações e orientações de órgãos oficiais. 

“Eu nunca tinha feito nenhuma gravação, nenhum vídeo nem nada. Usava rede social mais para me informar, ter um perfil particular”. Foi por conta dessa inexperiência que a audiência em tempo real de mais de 600 pessoas em sua primeira live o surpreendeu tanto. Com o resultado, teve a constatação daquilo que já o preocupava: “As pessoas estavam carentes de informação em uma linguagem mais perto do meio virtual, mais próxima do que estão acostumadas a ver no Facebook”. 

Foi também pensando em facilitar o acesso da população à informação que surgiu a iniciativa de reunir todos os decretos e portarias publicados pelo governo, separá-los por segmento e encaminhá-los às associações comerciais e industriais e a câmaras de dirigentes de lojistas específicas. As orientações são publicadas nas páginas de cada segmento, facilitando, dessa maneira, a busca por temas. “O comerciante acessa a página e não precisa ficar lendo todo o decreto. O proprietário de uma farmácia pode só procurar por ‘farmácia’, por exemplo”, explica Brandalise. 

Aproximando-se da sociedade

É fato que a população se identificou com as lives do Promotor de Justiça. Na rua, os moradores o reconhecem e o cumprimentam; nas transmissões virtuais, o diálogo é fluido e descontraído, com interações como de quem se conhece há muito tempo. 

As dúvidas da audiência – quase 80%, calcula – são relacionadas à pandemia: “principalmente o que pode e o que não pode abrir, o que fecha e o que não”. Dos 20% que restam dessa conta, algumas perguntas são até mesmo sobre aumento e redução de IPTU. Diante do sucesso de engajamento, os horários das lives começaram a ser divulgados pelos jornais locais, que passaram a retransmitir o conteúdo em suas mídias. 

Brandalise foi também convidado para escrever uma coluna em um jornal local, o Lance Notícias. Seu primeiro texto, “Um dique de água prestes a estourar: a batalha contra o vírus”, já foi publicado e alcançou mais de 14 mil visitas, conforme o contador do site. Para ele, a abertura de todos esses canais de diálogo é uma “oportunidade de trabalhar como membro” e contribuir para que “o reconhecimento da Instituição se potencialize”. 

O Promotor de Justiça com atuação nas áreas de cidadania, meio ambiente, violência contra a mulher e juizado especial sempre gostou de conversar com as pessoas “no banco ou no posto”, de “tomar uma cafezinho com fulano e ciclano”. Mas, neste momento, sente-se ainda mais próximo da sociedade, e pretende prosseguir nesse caminho. “Depois da crise, acho que vou continuar com as lives, que serão com menor intensidade e em horários mais definidos, mas tenho recebido pedidos para falar de temas importantes, polêmicos, e acho que é sempre bom apresentar os vários lados e versões com um diálogo franco. A gente não pode ter medo do polêmico”.

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