SANTA CATARINA – Rastreabilidade própria da banana da região de Corupá é apresentada no FCCIAT
A história da bananicultura caminha lado a lado com o desenvolvimento de Corupá, uma cultura que produz banana há 109 anos. O município vem há dois anos desenvolvendo o sistema próprio de rastreabilidade da produção da banana. Na reunião Plenária do Fórum Catarinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos (FCCIAT),o processo foi apresentado como case de boas práticas agrícolas. A reunião ocorreu na sexta-feira (06/10),no edifício-sede do Ministério Público do Estado de Santa Catarina (MPSC).
A Diretora Executiva da Associação dos Bananicultores de Corupá (Asbanco), Eliane Cristina Müller, explicou todo o processo de implantação do sistema de rastreabilidade da banana no município. A Asbanco , segundo ela, trata com muita responsabilidade as boas práticas agrícolas e as recomendações técnicas . ”Boas técnicas levam a boas práticas agrícolas, melhoram a produção e processamento de transporte de alimentos, melhoram a saúde humana e as condições de trabalho para os produtores, ” disse Eliane.
Eliane relatou que a rastreabilidade da banana no município inicia pelo caderno de campo do agricultor. no qual anota todas as atividades até a comercialização nos grandes mercados de consumo. ”Através de uma ação inovadora conseguimos um projeto junto com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina( Epagri) para criar o nosso próprio sistema de rastreabilidade. Vamos dar assistência técnica e estar ao lado do produtor para que o consumidor possa saber quem, como, onde e como foi produzida essa banana”, ressaltou a diretora executiva da ASBANCO.
A diretora também explicou que a região de Corupá, incluindo Schroeder e Jaraguá do Sul, foi reconhecida com o selo de Identificação Geográfica (IG) como a que produz a banana mais doce do Brasil. ”O grande diferencial da Banana de Corupá é o sabor da fruta, além do modo de produção dos bananicultores. O sabor único da fruta deve-se à combinação do clima subtropical, temperatura e relevo da região. Nossa fruta fica 3 a 4 meses a mais no pé, demorando um tempo maior para desenvolver, acumulando mais minerais e açucares naturais ”, ressaltou.
O processo de rastreabilidade de produtos agrícolas no estado é acompanhado de perto pelo Fórum Catarinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos (FCCIAT). Desde 10/08 está em vigor a Portaria Conjunta SES/SAR n. 459/2016 trata da rastreabilidade e da identificação dos alimentos.
A Promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza, Coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor (CCO) relatou que “a experiência da ASBANCO é uma de tantas outras bem sucedidas no estado de SC, que é modelo na produção de alimentos e também na fiscalização de toda cadeia produtiva. O MPSC apoia iniciativas como a apresentada, e o Programa Alimento sem Risco busca exatamente isso, a produção consciente, sustentável e segura ao produtor, meio ambiente e consumidor”.
Além da apresentação foram aprovadas as seguintes diretrizes:
Sugerir ao COMANA a alteração de resolução para permitir que os produtos contrabandeados e falsificados sejam armazenados.
Aprovada nova nota de repúdio contra o projeto de Lei que pretende retirrar o símbolo ” T ” dos produtos transgênicos.
O encaminhamento de expediente para a Assembleia e para o Governo do Estado colocando o FCCIAT à disposição para participar de espaços que tratam de matérias relacionadas a temática dos agrotóxicos e transgênicos.
O FCCIAT
Fomentado pelo MPSC, o Fórum foi criado em fevereiro de 2015 com a finalidade de instituir um espaço de debate para formulação de propostas, discussão e fiscalização de políticas públicas relacionadas aos impactos dos agrotóxicos e transgênicos na saúde da população. Atualmente, mais de 80 instituições públicas e privadas integram o grupo.