SANTA CATARINA – Sororidade, a palavra especial deste dia da mulher*
“Sororidade tem como base a empatia e o companheirismo entre as mulheres, por meio da união. É buscar objetivos comuns, com respeito, sem rivalidade ou rancor. É entender que juntas podemos ser mais fortes na busca pela igualdade de gênero”
Lia Nara Dalmutt
Sororidade tem como base a empatia e o companheirismo entre as mulheres, por meio da união. É buscar objetivos comuns, com respeito, sem rivalidade ou rancor. É entender que juntas podemos ser mais fortes na busca pela igualdade de gênero.
Sim, ainda lutamos para alcançar a igualdade, para avançar na efetivação dos direitos conquistados pelas mulheres. E este deve ser o propósito não somente da mulher, mas de toda a sociedade.
A igualdade vai muito além dos dizeres, ela vem com atitudes. E cabe a nós, como sociedade, o questionamento de como podemos fazer isto acontecer, quais são as ferramentas que estão disponíveis para que uma mãe, dona de casa, trabalhadora, estudante, possa realizar todas as funções.
A mulher pode desempenhar muito bem a atribuição que desejar. Porém, o que se percebe é que muitas vezes a mulher não aceita ou não se propõe novos desafios porque não lhe são dadas as ferramentas e a segurança para tanto. Ela não sabe, por exemplo, se vai poder levar o filho no médico quando precisar sem correr o risco de perder o emprego. E isto desencoraja uma mulher a perseguir cargos mais altos e novos desafios. A sociedade já deveria estar sinalizando que ela pode se sentir segura quanto a isso. Mas ainda não é a realidade.
Sim, as cobranças são muitas. E partem de nós mesmas. Temos, ainda nos dias de hoje, a necessidade de demonstrar e provar que somos capazes de fazer tudo que conquistamos. Ainda tememos a julgamentos quanto às nossas conquistas.
E aqui a sororidade deve falar mais alto. As mulheres precisam se ajudar para crescer e serem valorizadas juntas. Não há espaço para sentimentos ruins. O momento é de ajuda, de união!
A nossa sociedade ainda vive resquícios do patriarcalismo, do domínio social, de uma estrutura de poder social centralizada no homem. Vive-se isso diariamente quando se afirma que a obrigação da casa é só da mulher, quando a obrigação dos filhos é só da mulher, e, principalmente, quando ainda temos que, tristemente, presenciar a dura realidade da violência contra as mulheres dentro de casa, acreditem, porque “por três dias fez comida ruim” , ou porque “saiu com uma saia muito curta”.
A sociedade precisa interagir de modo que decisões sejam tomadas em espaços neutros, e não em ambientes com a presença apenas de um gênero, para que possamos falar em igualdade.
As mulheres são capazes e merecem estar aonde desejarem. São competentes para realizar todas as tarefas que lhe são designadas pela vida e pelo trabalho, com comprometimento e sensibilidade.
Que tenhamos coragem para encarar os desafios e mostrar nossas habilidades, com respeito, dignidade e mostrando a alegria de ser mulher. Menos cobrança. Mais amor. Mais empatia.
Feliz dia da mulher! Que tenhamos cada vez mais bons motivos para comemorar!
Lia Nara Dalmutt
Promotora de Justiça lotada na 1ª Promotoria de Justiça de Abelardo Luz/SC
Casada, mãe de dois filhos.
*Artigo originalmente publicado no Jornal Diário do Iguaçu.