SANTA CATARINA – Três últimos réus da “Chacina de São Domingos” são condenados
Com o terceiro julgamento encerrado na madrugada de sexta-feira (17/8), todos os sete denunciados pelo MPSC foram condenados pela morte de cinco pessoas. Penas somam 488 anos de prisão.Na madrugada desta sexta-feira (17/8), em sessão do Tribunal do Júri da Comarca de Chapecó, foi concluído o julgamento em primeiro grau dos responsáveis pelo caso conhecido como “Chacina de São Domingos”, com a condenação de três dos sete denunciados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pelo homicídio de cinco pessoas. Os demais réus já haviam sido condenados em dois julgamentos anteriores.
As penas dos sete denunciados, somadas, alcançam 488 anos de reclusão. Neste último julgamento, foram condenados Edenilson Moreira Sutil (83 anos de reclusão), Thalita Kulyk Viana (16 anos e quatro meses de reclusão) e Antonio Carlos Flor (10 anos de reclusão).
No primeiro júri, em 15 de junho deste ano, foram condenados Olivio Flor (114 anos de reclusão) e Douglas dos Santos da Silva (84 anos e nove meses de reclusão). No segundo júri, em 19 de julho, houve a condenação de Juliano Biazeki Lucano (92 anos de reclusão) e Luciano Rodrigues dos Santos (88 anos e quatro meses de reclusão).
Por determinação do Tribunal de Justiça, houve o desaforamento do processo da comarca de origem para a comarca de Chapecó, onde foram realizadas as três sessões do Tribunal do Júri, após cisão do processo determinada pelo Juízo.
Participaram dos julgamentos os Promotores de Justiça Anderson Adilson de Souza (Autos n. 0000432-34.2016.8.24.0060), Douglas Dellazari (Autos n. 0003435-55.2018.8.24.0018) e Júlio Fumo Fernandes (Autos n. 0003436-40.2018.8.24.0018). Há possibilidade de recurso ao Tribunal de Justiça.
Crime foi motivado por vingança
Segundo a denúncia apresentada pela Promotoria de Justiça da Comarca de São Domingos, Albino Frederich, proprietário de uma casa noturna em São Domingos foi assassinado em fevereiro de 2016. Quatro meses mais tarde, o suposto autor desse homicídio – Anderson Moshe Antunes – retornou ao mesmo estabelecimento e foi reconhecido Thalita que, por telefone, avisou Olívio, sobrinho do antigo proprietário.
Este, por sua vez, enviou Luciano e mais duas pessoas – Edenilson e Douglas – para conter o suspeito do homicídio enquanto se dirigiria até o local. Os três homens cumpriram a determinação e, por orientação de Juliano – que já estava no local – simularam um assalto, renderam o suspeito do homicídio e mais quatro frequentadores. Todos foram imobilizados e deitados com as mãos amarradas.
Com a chegada de Olívio, acompanhado de Antonio, cerca de duas horas depois, eles passaram a torturar o suspeito do homicídio, que acabou por confessar a autoria. Ele então foi executado com tiros na cabeça, assim como os outros quatro clientes do estabelecimento, que estavam rendidos e testemunharam o crime. Na sequência, os corpos das cinco vítimas foram levados até uma estrada nas proximidades, colocados no veículo de um dos clientes e incendiados.
O QUE É O TRIBUNAL DO JURI?
Enteda como funcionam os julgamentos no Tribunal do Júri, em que a sociedade é que decide se um crime contra a vida aconteceu e se o réu é culpado ou inocente – uma participação que costuma ser o retrato da comoção popular vivida no momento. No vídeo, o Promotor de Justiça Jádel da Silva Júnior fala que “os crimes de sangue provocam um impacto que transcende o próprio círculo familiar diretamente atingido pelo crime para causar um abalo social profundo”.
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Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC