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Santa Catarina: Violência contra mulheres: saiba como agir

Em 8 de março, comemoram-se a luta por uma sociedade mais igualitária e os direitos civis adquiridos pelas mulheres ao longo da história. Mas a data também serve para nos lembrar que ainda há muito a ser feito. Neste Dia Internacional da Mulher, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) traz uma matéria especial sobre dados e serviços prestados à sociedade para o enfrentamento da violência contra as mulheres.

Segundo o Relatório Anual de Atividades das Procuradorias e Promotorias de Justiça da Corregedoria-Geral do MPSC, em 2012, foram 6.506 denúncias de violência doméstica e relação familiar oferecidas pelo Ministério Público do Estado de Santa Catarina. Em 2013, houve um aumento de 22,53%, totalizando 7.972 denúncias. Esses números vêm ao encontro dos resultados do estudo “Mapa da Violência 2013″. Elaborado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (CEBELA), o estudo mostra que mulheres jovens foram as principais vítimas de homicídios e aponta que 96.612 mulheres foram assassinadas no Brasil de 1980 a 2011, quase a metade delas na última década.

 

Fonte: Relatório Anual de Atividades das Procuradorias e Promotorias de Justiça da Corregedoria- Geral do MPSC  – 2013.

 Outra pesquisa, Percepções dos Homens sobre a Violência Doméstica contra a Mulher, realizada pelo Instituto Avon, entre agosto e setembro de 2013, também evidencia dados alarmantes:

  • 56% dos homens admitem que já cometeram alguma dessas formas de agressão: xingou, empurrou, agrediu com palavras, deu tapa, deu soco, impediu de sair de casa, obrigou a fazer sexo; e 89% dos homens consideram inaceitável que a mulher não mantenha a casa em ordem.

A pesquisa incluiu duas etapas: uma quantitativa – com entrevistas em profundidade com 995 homens e 505 mulheres de 16 anos ou mais, em 50 municípios das cinco regiões brasileiras – e uma qualitativa em que participaram 13 especialistas no tema da violência doméstica contra mulheres e seis homens autores de violência.

Campanhas e ações do MPSC para o enfrentamento da violência contra mulheres

Sabendo que a violência contra mulheres ainda é uma realidade no Brasil, o Ministério Público de Santa Catarina mostra, através de duas campanhas especiais que tratam sobre a violência contra a mulher e sobre os crimes previstos na Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340), os direitos e as formas de proteção que as mulheres têm perante a lei.

A “Campanha Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher“, do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG), lançada em 2012, tem como objetivo promover ações de prevenção, esclarecendo a sociedade e estimulando o oferecimento de denúncias que permitam proteger as vítimas e punir seus agressores.

A divulgação é feita através de um vídeo, que informa sobre o assunto e mostra os meios para denúncia, e de uma cartilha, criada pela COPEVID (Comissão Permanente de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher), com informações para quem busca o auxílio do Estado diante das agressões sofridas. Essa cartilha é, também, importante ferramenta para os operadores de direito que atuam contra os autores desse tipo de violência.

Outra campanha de que o MPSC é parceiro é a “Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha – A lei é mais forte”, que tem como objetivo unir e fortalecer os esforços nos âmbitos municipal, estadual e federal para dar celeridade aos julgamentos dos casos de violência contra as mulheres e garantir a correta aplicação da Lei Maria da Penha. A iniciativa possui um site onde são divulgados dados e estatísticas nacionais e mundiais sobre a violência contra mulheres.

A campanha possui uma Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência, que reúne ações e serviços das áreas da assistência social, Justiça, segurança pública e saúde e integra a Rede de Enfrentamento, ao contemplar o eixo de assistência previsto na Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres.

Buscando a identificação e o encaminhamento adequados das mulheres em situação de violência e a integralidade e humanização da assistência, a Rede de Atendimento é composta por serviços especializados, como os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) e os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), e não especializados, como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).

Conheça mais sobre as instituições e serviços que compõem a Rede:

  • Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs): compõem a estrutura da Polícia Civil e são encarregadas de realizar ações de prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal. Nessas unidades, é possível registrar o Boletim de Ocorrência (B.O.) e solicitar medidas protetivas de urgência nos casos de violência doméstica contra a mulher. Segundo dados do Ministério da Justiça, até agosto de 2012 havia 475 Delegacias ou Postos Especializados de Atendimento à Mulher em funcionamento no país.

Contatos das Delegacias na Grande Florianópolis:

 

3665 6528 – Florianópolis

3357 5418 – São José

3286 4982 – Palhoça

 

Consulte aqui a lista de delegacias em Santa Catarina que possuem espaços de atendimento à mulher em situação de violência

 

  • Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRAMs): são espaços de acolhimento e acompanhamento psicológico e social a mulheres em situação de violência, que também fornecem orientação jurídica e encaminhamento para serviços médicos ou casas abrigo.

Os CRAMs possuem dois endereços em SC, veja o mais próximo de você.

 

  • Casas Abrigo: oferecem asilo protegido e atendimento integral (psicossocial e jurídico) a mulheres em situação de violência doméstica (acompanhadas ou não dos filhos) sob risco de morte. O período de permanência nesses locais varia de 90 a 180 dias, durante o qual as usuárias deverão reunir as condições necessárias para retomar a vida fora dessas casas de acolhimento provisório.

  • Centros de Referência da Assistência Social (CRAS): unidades públicas que desenvolvem trabalho social com as famílias, com o objetivo de promover um bom relacionamento familiar, o acesso aos direitos e a melhoria da qualidade de vida.

Procure o centro mais perto de você.

 

  • Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher: órgãos da Justiça ordinária com competência cível e criminal, responsáveis por processar, julgar e executar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Veja o Juizado mais próximo

 

  • Órgãos da Defensoria Pública: prestam assistência jurídica integral e gratuita à população desprovida de recursos para pagar honorários a advogados e custos de uma solicitação ou defesa em processo judicial/extrajudicial ou de um aconselhamento jurídico.

Veja mais informações no site da Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina

 

  • Serviços de Saúde Especializados para o Atendimento dos Casos de Violência Contra a Mulher: contam com equipe multidisciplinar (psicólogas/os, assistentes sociais, enfermeiras/os e médicas/os) capacitada para atender os casos de violência doméstica contra a mulher e de violência sexual. Nos casos de violência sexual, as mulheres são encaminhadas para exames e orientadas sobre prevenção de DSTs – incluindo HIV – e gravidez indesejada. Além disso, oferecem abrigo, orientação e encaminhamento para casos de abortamento legal. 

  • Encontre o serviço de saúde mais próximo

  • Esses são apenas alguns serviços e instituições que compõem a Rede de Atendimento, que inclui também: Varas Adaptadas de Violência Doméstica e FamiliarPromotorias Especializadas/Núcleos de Gênero do Ministério Público e outros.

    O MPSC também assinou, em 5/12/13, o Termo de Adesão ao programa “Mulher, Viver sem Violência“, que foi firmado entre a instituição, a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), o Governo do Estado de Santa Catarina, o Tribunal de Justiça, a Defensoria Pública do Estado e a Prefeitura de Florianópolis. A iniciativa coordenada pela SPM-PR propõe estratégias para melhoria e rapidez no atendimento às vítimas da violência de gênero e reforça a rede existente de serviços públicos do Governo Federal, Estados, Distrito Federal, Municípios, Tribunais de Justiça, Ministérios e Defensorias Públicas por meio do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

    Conheça os meios para denunciar a violência contra as mulheres

    O Disque 180 é um serviço de atendimento telefônico gratuito da Secretaria de Políticas para as Mulheres, criado com o objetivo de disponibilizar um espaço para que a população brasileira, principalmente a mulher, possa se manifestar acerca da violência de gênero em suas diversas formas. O serviço presta atendimento com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para serviços da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres em todo o Brasil. Entre janeiro e junho de 2013, o Disque 180 contabilizou 306.201 registros, ampliando para 3.364.633 o total de atendimentos computados desde sua implantação, em janeiro de 2006.

    Central de Atendimento à Mulher  – 180 – funciona 24 horas por dia, de segunda a domingo, inclusive feriados. A ligação é gratuita.

    O Ministério Público de Santa Catarina também possui meios para que qualquer pessoa denuncie situações de violência contra mulheres. As denúncias podem ser feitas via Ouvidoria ou em qualquer uma das Promotorias de Justiça do Estado de Santa Catarina.

    Saiba mais sobre o assunto:

    Site da Campanha Compromisso e Atitude Lei Maria da Penha 

    Campanha de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher 

    Acesse o Mapa da Violência de 2013 

    Conheça a Lei Maria da Penha 

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