Promotor de Justiça atua para evitar avanço das drogas em município do Agreste
Dentro do processo que vem levando o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) a se aproximar da sociedade, o promotor de Justiça Paulo Augusto de Freitas Oliveira, foi o responsável por mobilizar a população de Cachoeirinha, no Agreste Setentrional do Estado, em audiência pública na última segunda-feira (04), para discutir problemas relacionados as crianças e adolescentes. Na ocasião foram apresentado os resultados de uma pesquisa feita pelo Conselho Tutelar, com 1430 alunos de 5ª a 9ª série, Projeto Travessia e Educação de Jovens e Adultos (Eja) sobre consumo de drogas. Os dados da pesquisa mostraram-se reveladores sobre como as crianças e adolescentes do município enxergam as drogas, o comportamento deles com relação ao tema e quais os principais locais de consumo. Com o auditório da Câmara Municipal lotado, cerca de 200 pessoas acompanharam a audiência pública, que contou com a presença do prefeito do município, vice-prefeito, secretários de Educação e Ação Social, vereadores e representantes da Polícia Militar na região.
O presidente do Conselho Tutelar, Edson Marques, apresentou os dados da pesquisa que contou com 11 perguntas simples e diretas, e abrangeu desde a identificação das substâncias, até os locais mais comuns de consumo, de quem é a responsabilidade pela orientação com relação ao problema e quem deve combater o tráfico, a disseminação e a dependência. Ele explicou que a pesquisa foi feita por conta da demanda de pais que procuram o Conselho Tutelar para pedir ajuda com relação aos filhos que estão envolvidos com drogas, delitos e prostituição. Na apresentação ficou claro o envolvimento da sociedade em busca de uma solução para o problema. Diretores e professores de escolas, mães, representantes das igrejas e sociedade em geral estiveram presentes para acompanhar a audiência pública. Entre os dados revelados, num universo de 1430 entrevistados, na primeira pergunta, sobre o que seriam drogas ilícitas, 813 pessoas enumeraram o crack, 785 maconha e 556 cocaína. Quando foram perguntados se conheciam alguém que faz uso de qualquer uma dessas substâncias 34% responderam que sim. O que chamou mais atenção foi a constatação dos lugares mais comuns para o consumo, 866 disseram ser mais comum em ruas e vilas, 862 nas discotecas, 561 nas praças, 354 nos bares, 294 nas escolas. Em outra pergunta, os entrevistados enumeraram os locais onde o consumo é mais constante, 413 pessoas enumeraram o bairro de São Sebastião como o de maior número de casos. Na pergunta sobre orientação familiar, 551 (39%) disseram que os pais nunca conversaram sobre esse assunto e 993 pessoas acreditam que essa obrigação é da escola, enquanto 395, discorda e 42 não responderam. Na pergunta sobre dependência química, 418 disseram que uma pessoa sozinha não consegue largar o vício, 260 disseram ser capaz de superar sozinhos e 52 não souberam responder.
Quando foram perguntados sobre a melhor maneira de combater as drogas, a maioria 930 pessoas (42%) respondeu que mais policiais, é a solução para o problema, 92 acham que a responsabilidade é do Conselho Tutelar, outros 74 acreditam que palestras sobre o tema seriam uma opção e 68 acham que a implantação de casas de reabilitação resolveriam o problema, entre outras opiniões. “Precisamos sair da inércia. As coisas boas só vão acontecer quando cada um tomar parte do problema, que estamos vendo, é grave”, disse o promotor de Justiça ao final da apresentação do diagnóstico.
O promotor de Justiça ressaltou a visão do MPPE com relação à aproximação do promotor de Justiça com a população e convidou todos a se envolverem e tomarem parte do problema. Inclusive, se colocou a disposição para participar de reuniões nas escolas, com o intuito de resgatar os valores familiares. o promotor de Justoça convidou todos a se integrarem mais com a escola. Além disso ele ainda pediu o maior envolvimento nos programas sociais e a valorização do voluntário nesse processo. “Precisamos que cada um faça a sua parte. Venha, participe das reuniões com o MPPE, e quando vier traga um amigo, um vizinho, que cobrem do Poder Público, para que essa realidade possa ser modificada”, disse o promotor.
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